Não deixe os dias passarem.
Tudo poderia ser fácil, no nosso caso não foi.
Não pude fazer nada, nem mudar a vírgula de lugar, apesar de todo meu querer. Poderia escrever um livro somente para dizer o quanto seria mais fácil para nós três: eu, você e o medo; mas não o farei.
São gritos, são músicas. É confuso, alto, e, provavelmente, nem inteligível é.
Talvez por isso, posso perder o controle de minha vida, a noção do tempo. Mas a única verdade é que esperei demais. Esse misto de desilusão e decepção que vive em meu peito tem um gosto salgado, como o oceano. Por isso, hoje me tornei o que meu espírito sempre negou ser: comum. Tão comum a ponto de ser invisível. O Invisível é comum. Amor, saudade, tristeza. Uma vez sentido, é irresistível voltar. Irresistível como a parede de sorvete, que escorre até secar e se tornar imóvel. Amargo como o Atlântico. Índico. Completamente Pacífico. É uma droga. Veneno. O não-visível te traz de volta para onde tudo começou: no vazio. Pó.
Por não falar em saudades. Sinto saudades, sinto muitas saudades. E dói. Dói do mesmo jeito desde o dia em que partiu, como se fosse fácil aceitar a condição de ser órfã. E arrancou do meu coração a metade, só para não me deixar esquecer que, mais 17 anos ao seu lado, foi tudo que sempre quis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário