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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Aqui jaz.

Era uma vez, uma criança que carregava em seu rosto uma expressão de dor sem fim.
Desde cedo à fome e a miséria deixava marcas em sua existência.
Seu nome era uma grande ironia da vida.
Toda essa fome e miséria, devorou seu nome, identidade e  retrato.
Destruiu sua genealogia, endereço, e o cartão de visita; roeu suas roupas, lenços, roeu a medida de suas calças e o numero de seu sapato.
Essas tragédias tragaram sua altura, peso e a cor natural. Ainda faminta comeu a infância, a escola que não freqüentou, e a criança esquiva que riscava livros e mordia lápis,  que tomava banho de chuva e chutava as pedrinhas.  
Essas atrocidades levaram consigo as conversas com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, mulher, marcas e automóveis, nessa mesma bagagem foram o seu estado e cidade, e os dias que ainda viriam os minutos de adiamento do relógio e os anos que as linhas de sua mão asseguravam. Junto desses foi-se também o futuro do grande atleta ou poeta, as viagens em volta da terra e as futuras estantes em volta da sala.
Essa crueldade tirou dessa criança sua paz e guerra, o dia e noite, o inverno e verão, o silencio e as dores de cabeça. Levou consigo também o medo da morte, afinal aqui jaz

PS: Cuidem de nossas crianças! E como dizia Monteiro Lobato "Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar."

2 comentários:

Victor Stifler disse...

Talvez essa criança já tenha crescido, mesmo sem querer, se tornou uma mulher e está com medo de não acreditar mais na inocência das pessoas.

Excelente texto, parabéns parceira

É NÓIS EM SÃO PAULOOOO!

BEIJÃO

Iaísa C, Curti disse...

- Obrigadaa pelo comentario parceiroo!
decidimos! Vou pra Sampaa tbm! UHASUASUAHS

BEEIJO